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Tempos Novos
Na Igreja e na ONU

 

P. Horacio Dutra

As mudanças sociais fazem-se com pessoas e com ideias novas. É interessante ler-se o que nos últimos dias veio a público, sobre duas situações tão dispares, mas que, para nós estão imbuídas de igual sensibilidade sociocomunitária.

A primeira tem a ver com a ordenação do nosso conterrâneo – o Padre Horácio Dutra – natural da freguesia das Ribeiras do Pico. Diz o jornal da diocese A União: “será o único a ser ordenado este ano, a sua vocação sacerdotal que diz ser de “entrega e disponibilidade total para servir qualquer pessoa; o  novo presbítero, que dá catequese de adultos a perto de 90 pessoas em São Miguel, quer começar pelos jovens.À pergunta “que significa a ordenação?” a resposta foi clara: “entrega e total disponibilidade para servir qualquer pessoa e explica tratar-se de uma “entrega de amor” que, consigo, começou na sua participação em eventos religiosos juvenis: “decidi ser padre aos 20 anos”, uma decisão que consegue precisar, não só no tempo, como no espaço: “tomei a decisão num retiro de jovens, aqui na ilha Terceira, num Shalom”; reconhecendo que, cada caso é um caso, que cada padre tem a sua história e o seu modo de encarar e viver pessoais, Horácio Dutra precisa que “existe toda uma construção, um caminho” que percorreu para chegar ao momento de hoje. Nesse momento, há 9 anos, ainda se recorda do porquê da sua decisão: “foi sobretudo a simplicidade da mensagem”. É por isso, refere, que a sua actuação vai pautar-se, sobretudo, pela mobilização das populações mais novas: “primeiro porque sinto-me jovem e depois porque, de cada vez que se fala, que a juventude está perdida, eu digo que eles não estão perdidos, só não foram ainda encontrados”. Cada vez que se fala na crise de vocações é uma mensagem que se passa, de forma negativa, para as crianças e para os jovens, critica, daí que não hesite em referir que, ao nível diocesano, “falta uma pastoral diferente ao nível juvenil. É preciso abanar o sistema, abanar o que existe”.

O seu objectivo será pois o de: “fazer os jovens olhar de forma apaixonada a vida”, porque, reconhece, “há um desencanto, uma apatia generalizada”. Historicamente, aponta, o país apresenta razões para que os filhos e netos da Revolução dos Cravos, do 25 de Abril de ´74, estejam hoje desmobilizados. É por essa razão que fala na necessidade de uma “revolução interior”, de “uma luta pela procura de seus próprios objectivos e ambições”.(fim de citação)
Nada tendo a ver com toda esta atual maneira de sentir a nossa Igreja Diocesana, ou talvez sim (?), deparei-me há poucos dias, na comunicação social, com a iniciativa, profusamente divulgada, de António Guterres (ACNUR – Alto Comissario da ONU para os Refugiados do Mundo) e da Embaixadora da “boa vontade” da  ONU a lindíssima atriz Angeline Jolie, que visitaram a ilha italiana de Lampedusa para agradecerem à população local todo acolhimento e ajuda prestado aos milhares de cidadãos tunisinos e líbios fugidos dos conflitos sangrentos ocorridos nos seus países de origem e que, segundo Guterres, ali encontraram a grande generosidade e sentido de acolhimento e ainda manifestou o seu apreço pelo “trabalho de socorro no mar feito pelos serviços de guarda costeira e alfandega da ilha”. Já Angeline Jolie afirmou ser uma honra estar na bela ilha de Lampedusa: “ não podem imaginar o que representaram este ano, desde Março, para os milhares de pessoas que desesperadas procuram ajuda” e adiantou: “como deve ter sido horrível a sua vida (dos refugiados do Magrebe) para decidirem embarcar, correndo o risco de morrerem de fome ou de se afogarem.” E Guterres elogia o trabalho de Angeline Jolie: “Peço-lhe muitas vezes para ir em missão no meu lugar. Ela ajuda a nossa causa, mas faria o mesmo sem que isso fosse publicitado”. E a notícia termina afirmando que, segundo a comunidade católica de Santo Egídio, lá na ilha, quase duas mil pessoas já morreram afogadas, nestes últimos três meses, ao tentarem atravessar o mar mediterrâneo em busca de refúgio em Itália.

Dá que pensar e que meditar, quer uma quer outra situação.

De qualquer forma, ambas nos levam a concluir que devemos manter uma enorme esperança no futuro colectivo da Humanidade e da comunidade Cristã.
Ao P. Horacio Dutra, que já tive o privilégio de ouvir pregar em São Roque, em S. Pedro - Lajes e na Calheta de Nesquim, enquanto diácono, endereço os meus efusivos votos de profícua acção pastoral, para bem de toda a nossa diocese dos Açores.

 

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